quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Especial Discotecagem

A partir de hoje estaremos falando um pouco a respeito da arte de muitos djs que às vezes fazem ou não parte de algum grupo de rap/hip hop que é discotecar...alguns com seus cases abarrotados de vinis,outros usando hoje a tecnologia e apenas um laptop,serato ou outros softwares do gênero,são eles que fazem a festa daqueles indivíduos que batalham dia-a-dia e esperam pra chegar a sexta-feira e curtir uma baladinha né?


Hoje estarei falando sobre os hard/softwares timecodes,que vem conquistando muitos adeptos e inimigos com o passar dos tempos...o espaço está aberto tbm pra quem quiser comentar algo de como toca...

Discotecar usando um computador? Ah, dá um tempo…

Antes de mais nada, vamos entender como a coisa funciona, e como chegamos até aqui. O motivo? Simples: provavelmente sua decisão final sobre qual sistema escolher vai estar bem relacionada com o histórico do produto. Palavra de quem usou o Final Scratch 2 por dois anos e já conhece este mercado de cor e salteado. Vamos lá!
O ano era 1998. Discotecar usando computadores era um sonho distante: já tínhamos programas no mercado (Virtual Turntables, PCDJ, MJ Studio), mas a coisa era complicada. Usar teclado e mouse para mixar músicas em tempo real sempre foi algo difícil — pra não dizer impossível. Eis que na época poucos souberam de um projeto audacioso: ligar um computador a um par de toca-discos e usá-los para controlar as mp3 que eram tocadas no computador. Uma simulação total.

Nascia o Final Scratch, um projeto de um grupo de jovens alemães, que em 1998 apresentaram ele em público em uma conferência de usuários do finado sistema BeOS. Este sistema operacional, nascido de uma dissidência da Apple, era destinado pra PCs e tinha como grande força o seu talento nato para multimídia — lembro perfeitamente quando o rodei pela primeira vez, e coloquei 10 mp3s para tocar ao mesmo tempo em um saudoso AMD K6 II de 300Mhz com 32 MB de Ram, e o sistema sequer tossiu. Era um feito marcante se comparado ao tosco Windows 98, que já soluçava com o VTT tocando duas mp3.
Final Scratch, o começo do sonho impossível
Sim, o Final Scratch era pra rodar no BeOS. Que infelizmente morreu no ano seguinte. Mas o projeto não se abalou: o grupo formou a empresa N2IT, e em 1999 já rolaram as primeiras apresentações ao vivo, em clubs da Alemanha — sets simples, de 1 hora de duração no máximo, mas um feito. Eu e outras pessoas que se ligavam no assunto ficávamos duvidando que era possível, no melhor esquema “mas como pode?”.
Com as noites nos clubs, e a empresa N2IT formada, os veteranos em tecnologia Richie Hawtin e John Acquaviva, dois DJs que sempre foram conhecidos por abusar ao máximo de toda parafernália tecnológica que encontram, começaram a apoiar o projeto, e dar idéias. A empresa recebeu então um aporte da Stanton, clássico fabricante de equipamentos para DJs. Nascia o ScratchAmp, o aparelho que fazia a mágica e interligava toca-discos com um computador e fazia a mágica acontecer, e que foi usado por toda a primeira geração do Final Scratch.

A crítica e a controvérsia do Final Scratch 1.0

A primeira versão comercializada do Final Scratch rodava em Linux. Sim, isso mesmo: era um CD bootável com um Debian configurado apenas para rodar o programa. Como o Linux ainda não tinha alcançado a maturidade dos dias de hoje, era pau pra tudo que é lado, principalmente em laptops que tinham placas de vídeo GeForce — normalmente, os laptops mais caros e mais profissionais.
Mesmo com muita gente maravilhada com o feito tecnológico, ninguém botava fé na idéia, por conta desses problemas técnicos. Até que na versão 1.1, a Stanton fechou uma parceria com a Native Instruments, no momento (e até hoje) dona do melhor programa para DJs do mercado: o Traktor DJ Studio, que na época, mesmo em sua versão 1.0, deixava todos os outros no mercado comendo poeira.
Nascia então o Final Scratch 1.1, que vinha com o Traktor Final Scratch até sua versão 1.5. O programa era bem simples, mas funcionava no Windows, Linux e OSX, e dispunha de fucnionalidades como a excelente busca e bilbioteca de arquivos do Traktor, e uma função de Master Tempo (Time Stretch), algo inédito e impensável no mundo do vinil. Esta função permite que o DJ acelere o diminua a música, preservando sua entonação, ou seja, você toca a música mais rapidamente e aquela voz de diva não vira uma voz de formiguinha.

E assim o Final Scratch se popularizou. Parou na versão 1.5, debaixo de muitas críticas com relaçao ao aparelho, o ScratchAmp. Dava muitos problemas, diversos deram defeito em um dos canais de áudio, e reclamava-se do fato de usar o já ultrapassado USB 1.1 e componentes de baixa qualidade. Era hora de dar um passo maior.

Final Scratch 2 - O ScratchAmp “Reloaded”

Rolava nos bastidores a seguinte conversa: a Native Instruments fez de tudo ao alcance dela para tirar o máximo possível do Final Scratch 1.5, mas não tinha mais jeito: o resto dos problemas só se resolveriam com o desenho de um novo aparelho. O acordo entre as duas empresas era mais ou menos assim: a Stanton fabricava o hardware e fazia a distribuição, e a NI cuidava do software e do atendimento. Parecia a solução perfeita: a primeira só sabia fazer hardware, e continuava cuidando do que fazia de melhor (mesmo tendo zero de experiência com periféricos de informática), e a segunda cuidava da parte software e online, que era seu expertise.
Juntas, desenharam o que seria uma das melhores placas de áudio de todos os tempos. Nascia, então, o Final Scratch 2, na forma do ScratchAmp 2. Grande e parrudo como um tanque, o aparelho usava componentes da melhor qualidade disponivel no mercado, apresentava várias conexões de entrada e saida, e com uma versão melhorada do Traktor Final Scratch, agora em cima do motor do Traktor DJ Studio 2. A placa, agora usando o barramento firewire, prometia. Prometia tanto que eu mesmo me seduzi e embarquei de cabeça.
Realmente, o Final Scratch 2 é uma das melhores placas de áudio. Diferente do FS1, funcionava com qualquer programa de áudio, com capacidade fenomenais. E logo que saiu o Traktor DJ Studio 2.6, a coisa ficou melhor do que nunca: você poderia usar o melhor software do mercado e contar com recursos impensados pra usuários de vinil: loops, beatjumps e controle total tanto pelos toca-discos como pelo teclado, mouse ou um controlador midi.

A Stanton e Native Instruments tinham a faca e o queijo nas mãos. A concorrência tentava, e a única oferta � altura era o Serato Scratch Live, parceria similar feita entre o fabricante de equipamentos de áudio Rane (cujos mixers são os favoritos de 10 entre 10 ninjas do scratch), e a Serato, uma empresa pequena, com alguma experiência com softwares de áudio para produtores.
Porém, havia algo de podre no reino da Dinamarca. Durante 2 anos, enquanto o Traktor DJ Studio não paráva de evoluir, o Traktor Final Scratch 2 só teve dois pequenos updates, parando na versão 2.0.3, e deixando os usuários perturbados com essa questão… o que estaria acontecendo?

Stanton e Native Instruments: a casa caiu

Do nada, a Native Instruments passou todo o suporte para Stanton — que sempre foi péssima nisso, pois uma coisa é dar suporte técnico para aparelhos através de suas autorizadas; outra é aturar um fórum repleto de usuários insatisfeitos. Brigas judiciais pra lá e pra cá, fez-se muito mistério durante o ano passado, até que se revelou um desfecho trágico: a NI ficou proibida de oferecer compatibilidade ao Final Scratch 2, e teve que retirar o suporte no Traktor DJ Studio 3.2. A Stanton anunciava grandes novidades para janeiro de 2007.
E quando chegou a hora, a grande decepção: ela simplesmente arrancou o Traktor Final Scratch do pacote, e rebatizou o mesmo aparelho de Final Scratch Open, dizendo que agora todos e qualquer um podem desenvolver programas compatíveis com o Final Scratch. Todos, menos a Native Instruments — dona do melhor software do mercado.
Hoje você compra o Final Scratch Open por um ótimo preço. Porém, ele vem sem programa nenhum. O que você faz com ele assim que abre a caixa? Bela pergunta. Você ainda vai ter que comprar algum programa compatível com ele, e até o momento, apenas o DJ Decks oferece um bom suporte. E o DJ Decks, por mais simples e barato que seja, não é lá essas coisas. E se der pau no meio do caminho? Se você reclamar com a Stanton, ela vai mandar você pro fabricante do software que você usou, e vice-versa. Que bonito, hein?



A moral da história: preste atenção no fabricante



Como dizia o ditado, “diga-me com quem andas…”. Aconteceu o que ninguém esperava: as empresas simplesmente brigaram e agora quem tem Final Scratch 2, ou vende, ou usa o Traktor Final Scratch 2.0.3 — que nem compatível com os Macs de processadores Intel é. Por um tempo, ainda tinha-se a “esperança” de gastar mais 300 dólares e comprar uma licença do Traktor DJ Studio 3, mas agora nem adianta mais: ele não oferece mais compatibilidade com o Final Scratch2.
A solução? Vender e nunca mais se sujeitar a uma plataforma que pertença � duas empresas. Separadas, nenhuma oferece a solução completa. Mas o ponto é: muito cuidado ao considerar sua compra de equipamento, pois já viu-se que depender da junção de duas empresas pode acabar com os seus sonhos de uma hora pra outra e tornar sua vida inviável. O ScratchAmp 2 continua sendo a melhor placa de audio do mercado, mas e aí, de que adianta, se não tem sofware 100% voltado pra ele?



Enquanto isso, na concorrência



Bom, chega de rolo e de lamúrias: vamos ver o que aconteceu no resto do mercado.
Hoje existem várias opções de simuladores de vinil. Mas somente quatro deles ganham os holofotes no momento. Vamos torcer pra que mais opções surjam, afinal, quanto mais oferta, melhor. Vamos ver um deles, um por um.


Final Scratch Open

Nem vou me alongar muito, pois já falamos dele de montão. É uma placa de audio maravilhosa, e com o preço de tabela de 350 dólares, até que poderia valer a pena. Só que não tem software oficialmente, a Stanton não é um fabricante de software e pelo visto está traumatizada com parcerias. Em suma, fuja dele. Final Scratch morreu. Diz a lenda que ela vai lançar o Final Scratch 3, mas eu duvido — podem me cobrar se ela lançar e for um sucesso. Mas eu acho pouco provável. Bye, bye, Final Scratch. Foi bom te conhecer.
Resumo: só compre se você quer uma placa de som firewire, porque ao abrir a caixa você não vai ter como utilizar ele, já que ele não vem com nenhum programa. Mas por 350 dólares, sobram opções de placas tão boas quanto, menores e mais baratas.



Serato Scratch Live



A bola da vez. Como já tem bastante tempo de mercado e uma base pequena, virou o querido dos Top DJs. E com isso, seu preço ainda não baixou um centavo: continua com o preço de tabela de 600 dólares. É um sistema fantástico, e agora está com o mercado nas mãos. Seu maior benefício é oferecer uma baixíssima latência — que é o tempo de resposta, ou seja, o reflexo do sistema. O tempo que leva entre você meter a mão no disco e o que acontece na tela. Quanto mais baixo, melhor.
Não que os outros tenham latência mais alta que dê pra você perceber, mas você sabe como a Internet está tomada de nerds e sabichões que sabem de tudo, menos sair de casa. Dificilmente você vai pegar qualquer sistema aqui e comparar lado a lado e perceber diferenças — estamos falando de coisas entre 8 e 16 milissegundos.
O Serato é bastante simples, leve e até um pouco espartano: a caixa preta e quadrada parece um aparelho da década de 80. Ele usa USB 1.1, um barramento antigo e ultrapassado, e que recebe muitas críticas, mas isso é besteira: o segredo é que a caixinha do Serato não é apenas uma placa de som; ela decodifica os sinais dos discos e toma pra si parte do processamento, daí as latências mais baixas. Porém, isso tem uma contra-partida: é mais difícil fazer atualizações e colocar mais funcionalidades no programa. Prova disso é que só recentemente ele ganhou a funcionalidade de Master Tempo / Time Stretch.
Resumo: se você quer apenas tocar mp3 usando vinil, e não quer nenhuma funcionalidade a mais, e orçamento não é problema, o Serato é pra você. Porém, assim como o primeiro Final Scratch, ele não é uma placa de som: só vai te servir pra tocar. Ele não é compatível com mais nada, e é fruto de uma parceria entre a Rane e a Serato, que apesar de estar indo bem, pode acabar de uma hora pra outra, nunca se sabe. Logo, você tem um risco enorme de ficar com um tijolo nas mãos. Mas é a plataforma utilizada pelos tops hoje em dia, e muito popular aqui no Brasil — não tem experiência mais desagradável do que dois DJs de simuladores diferentes dividindo a cabine, é um verdadeiro macarrão de cabos pra todo o lado.



M-Audio Conectiv / Torq



O novo garoto do pedaço. Saiu de mansinho no final do ano passado, e vem crescendo bem. A M-Audio é uma marca com grande reputação em equipamentos de áudio, e criou um núcleo de produtos para DJs, que está colocando vários produtos no mercado. O Torq é o programa que vem com ele, e tem uma cara meio feia, com fundo preto e todo colorido, mas com um motivo interessante: é o que possui melhor legibilidade quando se está longe da tela, algo que faz falta em várias situações.
O aparelho, o Conectiv, tem duas grandes vantagens que botam ele bem � frente da concorrência: o preço, 300 dólares, metade dos demais. E o fato de só levar dois cabos para o mixer. Sim, você espeta os toca-discos nele, e dele saem apenas dois cabos pros line-in do mixer. Se você quiser trocar do áudio dele pros vinis, você muda a chave nele, e não no mixer. O que é uma vantagem imensa quando se está montando e desmontando o equipamento nos clubs da vida — sem dúvida a maior chatice de usar simuladores de vinil. Ele permite até que você misture áudio digital com o do toca-discos, pra, digamos, tocar uma vinheta em cima de um disco de vinil tradicional usando o mesmo canal, algo que pode ser útil pra alguns DJs.
O Torq tem várias funcionalidades legais, como suporte a plugins VST e bancos de samples. O único problema dele é que ele só funciona espetado a um Conectiv — nada de usar uma outra placa de som se você precisar mandar o seu Conectiv pro conserto. Mas pelo menos não tem o risco dos outros: tanto o fabricante do hardware como do software é o mesmo — apenas os discos de vinil são feitos fora, o que, convenhamos, não é o fim do mundo.



Ainda não tem quase ninguém usando o Conectiv por aqui. Se você quiser, ainda pode comprar ele mais barato ainda, sem os discos e cds especiais — apenas a placa de som e o Torq. E sim, a placa de som, ou seja, o Conectiv, pode ser usado com qualquer outro programa de áudio, inclusive o Traktor DJ Studio e um controlador midi. Mais flexibilidade, impossível. É uma boa aposta.
Resumo: a plataforma da M-Audio é bem nova, mas a solidez da empresa tanto na parte do hardware como também no software (Protools e Ableton Live) com certeza dão base pra este produto. Seu tamanho e a praticidade de ter dois cabos a menos, e o preço reduzido, fazem do Conectiv uma das melhores compras do momento. Se orçamento é um problema pra você, então nem tem o que pensar.



Traktor Scratch


Acabou de sair do forno o tão esperado produto da Native Instruments, após o fim trágico da parceria com a Stanton. O que esperar dele? Sem dúvidas, um bocado.
Afinal, são anos lidando com esse tipo de solução, e se o Final Scratch aconteceu algum dia, foi por causa da NI. Ela é também a autora do melhor programa para DJs do mercado, o Traktor, e sabe tudo de produção de áudio e efeitos, já provados com seus softwares de produção como o Kontakt, Absynth, Massive, entre tantos outros. Faltava apenas fabricar uma placa de som, e isso ela já vinha fazendo com o Audio Kontrol.
Agora, com o lançamento da Audio 8, o kit está completo: o Traktor Scratch oferece tecnologia de ponta, compatibilidade com o lendário Traktor DJ Studio, e anos de experiência no assunto. Ainda não tem reviews pipocando na Internet, pois ele acabou de chegar nas lojas, mas os beta-testers dizem que a latência é algo incrível. Outra vantagem enorme é ter leds em todo o canto da placa pra que, com uma simples olhada pro Audio 8, você consiga saber como está entrando e saindo o áudio dele.
O Audio 8 é uma placa de audio USB poderosíssima, superando até mesmo o ScratchAmp 2. Componentes de qualidade, construção sólida e arranjo fenomenal, com detalhes como o passador de cabos, o ganchinho que tem na parte traseira. Entradas e saídas pra dar e vender, tornando o Audio 8 um sonho de consumo não só para DJs mas para profissionais de áudio de todos os tipos e segmentos. É uma senhora placa de som que vai acompanhar a vida de muita gente.

Na parte do software, o Traktor Scratch é o velho e bom Traktor 3, mas com algumas coisas a menos. Claro, ela não ia matar o produto principal da linha de produtos de DJs dela. Porém tem algumas vantagens, e eu diria que a principal e mais importante é: o programa funciona com perfeição mesmo quando o sinal dos toca-discos fica mono, algo que acontece DEMAIS, seja por cabos, mal contato nas entradas, cápsula com problemas, braço. Principalmente nas Technics MK2. Isso é, sem sombra de dúvidas, um belo avanço.
De resto, o que mata é o preço: 600 dólares também. Caro, muito caro, talvez pelo exagero da placa de som, que muitos não vão utilizar.
Resumo: é uma plataforma completamente nova, e isso tem vantagens e desvantagens. Vem cheio de idéias novas e tem um nome forte por trás, que é responsável por todas as partes do produto, o que nos deixa seguros. Com certeza vai oferecer uma belíssima e exclusiva integração com o Traktor 3 e versões futuras. Foi pensada por gente que já lida com simulação de vinil desde o começo. Porém, é um produto novo e convém esperar, afinal estamos cansados de ver que, graças � correria de hoje em dia, quem sempre sai na frente acaba se dando mal e pega problemas, bugs e outras aporrinhações. Mas é o preço que se paga por se estar na ponta.

Conclusões e pensamentos finais

Existem diversos outras opções, mas profissional com “P” maiúsculo, só essas mesmo. Neste longo artigo, vimos que a história é importante, pois comprar um produto que dependa de dois fabricantes pode ser arriscado, como foi o caso dos usuários do Final Scratch 2, que ficaram a ver navios.


Esse artigo foi retirado do site http://www.submusica.com/

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